sexualidade nua e crua

Sexualidade da mulher com deficiência: mitos e verdades

Por muito tempo, a sexualidade das mulheres PCDs era considerada anormal, pois elas eram vistas como hipersexualizadas, com desejos sempre incontroláveis e exacerbados. Em contrapartida, muitas eram julgadas como assexuadas, já que eram rotuladas como alguém que possuía disfunções sexuais relacionadas ao desejo, à excitação e ao orgasmo. Porém, a sexualidade da mulher com deficiência é igual a de qualquer outro indivíduo.

As mulheres PCDs lutam diariamente pelo direito a desfrutarem da sexualidade, seja ela heteronormativa ou homoafetiva, já que por muitas vezes são consideradas incapazes de viverem uma vida sexuamente ativa, além de serem limitadas e estigmatizadas. Deste modo, o grupo feminino com deficiência trava uma guerra muito maior pela conquista da aceitação familiar, pela busca da autoestima, além da visibilidade sexual. Esse é o caso da profissional de relações públicas, Andressa Linhares. Portadora de osteogênese imperfeita, também conhecida como “ossos de vidro”, uma condição caracterizada pela fragilidade óssea, Andressa descobriu-se lesbica com apenas treze anos. No começo, seu maior medo era não ser aceita, pois além de ser uma mulher PCD, ela tinha receio de ser julgada por sua orientação sexual. No vídeo abaixo, ela relata como foram suas primeiras experiências sexuais, além dos desafios enfrentados em busca de uma sexualidade plena.

A busca pela sexualidade muitas vezes é vista como algo errado ou até promíscuo. Além disso, a sociedade enxerga as mulheres com deficiência de forma infantilizada e sem autonomia plena sobre seus corpos. Deste modo, o empoderamento da sexualidade da mulher PCD vai muito além do direito ao ato sexual, mas é a conquista pela autoridade de seu papel como mulher na sociedade.

A estudante de direito Nicole Aguiar, por diversas vezes sentiu-se infantilizada por ser uma mulher PCD. Além disso, Nicole em algumas ocasiões foi taxada de incapaz de ter uma sexualidade, por ser uma pessoa com deficiência física. Abaixo, ela relata como foram os primeiros relacionamentos amorosos e a reação da família.

Muitas pessoas acham que falar de sexualidade é o mesmo que falar de sexo. Contudo, o sexo refere-se a relação sexual ou aos orgãos genitais. Enquanto que o conceito de sexualidade está direcionado a tudo aquilo que somos capazes de sentir e expressar. Sendo assim, a sexualidade é um aspecto na vida de um indivíduo que não pode ser separado de sua personalidade. Deste modo, a sexualidade da mulher PCD deve ser tratada com respeito e dignidade, pois representa sua originalidade.

A Arquiteta Luna Nakano, reaprendeu sobre a sua sexualidade depois de se tornar uma mulher cadeirante. Luna, não sabe ao certo o diagnóstico o qual a levou a usar uma cadeira de rodas, porém, convive com diversas limitações físicas. No vídeo abaixo, ela relata quais foram as maiores dificuldades enfrentadas para aceitar-se como mulher PCD e viver plenamente a sexualidade.

As mulheres com deficiência possuem o direito a reivindicarem sua sexualidade, independente da deficiência. Pois só é através do empoderamento sexual que elas irão usufruir de uma vida plena em todos os sentidos.

Buscas pelo prazer sem barreiras!

As mulheres com deficiência podem desfrutar da sexualidade da melhor maneira que desejarem. Nessa procura, elas podem ter o apoio de profissionais especializados como: sexólogos, fisioterapeutas, psicólogos e todos os artifícios que possam auxiliar na busca pelo prazer e na identidade sexual e isto, nunca deve ser considerado errado ou ser julgado por questões morais.

Contudo, a conquista pelo empoderamento sexual da mulher com deficiência é construída através de batalhas diárias pela busca de um prazer sem barreiras e limitações. Para a sexóloga Geise Campelo, as mulheres PCDs demoram muito mais para conquistarem o empoderamento sexual, já que desde muito novas têm a sexualidade colocada de lado. Além disso, para ela muitas mulheres acham que necessitam colocar sempre o prazer do outro em primeiro lugar. No vídeo abaixo, Geise também relata como as mulheres com deficiência podem empoderar-se e desfrutar de uma sexualidade plena.

A fisioterapia também é um ótimo artifício para contribuir com o empoderamento quanto o assunto é a sexualidade das mulheres PCDs. De acordo com a fisioterapeuta pélvica Silvana Uchôa, qualquer mulher pode desfrutar de uma vida sexualmente ativa, independente de ter deficiência ou não. O que importa é conhecer o próprio corpo e os próprios limites.
A mulher com deficiência, diferente do que muitos pensam, também pode e deve empoderar-se nas relações sexuais. Deste modo, um grupo de fisioterapeutas desenvolveu a “Cadeira Sutra’’. Inspirado no texto indiano sobre o comportamento sexual do ser humano, o Kama Sutra, ilustra diversas posições sexuais que mais oferecem prazer a mulheres e pessoas com deficiências físicas.

Abaixo, as ilustrações expressam algumas das posições sexuais específicas para as mulheres PCDs.

Os sex shops também são um ótimo artifício para o empoderamento sexual das mulheres com deficiência. Contudo, poucos são adaptados para receber este público. O sex shop Doce Pimenta foi criado por Vanessa Pessôa em 2009 e tem como maior foco o prazer feminino. A loja é totalmente adaptada para o acesso de pessoas com deficiência que queiram ir ao local. No vídeo abaixo, Letícia que é vendedora da loja a sete anos relata quais são os melhores produtos para mulheres PCDs na busca pelo prazer.

Muitas mulheres com deficiência desejam aventurar-se no universo da sexualidade. Elas têm o desejo de experimentar novas possibilidades e novos espaços. Mas, há uma precária acessibilidade no mercado da sexualidade feminina PCD. Esse quadro é representado com a escassez de motéis acessíveis no Grande Recife. Deste modo, abaixo você pode encontrar alguns dos motéis no Grande Recife que possuem acessibilidade para mulheres PCDs.

A conquista das mulheres PCDs por uma sexualidade sem barreiras ainda tem muito a ser enfrentado. A deficiência não as limita de lutar pelos seus direitos e por seu lugar como mulher na sociedade. Deste modo, é necessário desconstruir os rótulos incapacitantes que foram impostos às mulheres com deficiência e visualizá-las em sua pura essência feminina.

Skip to content