Galeria de fotos
Depoimentos
"
Sou uma mulher com deficiência, mãe, preta e pobre. Os estigmas para mim são múltiplos. Quando tive meu filho, me disseram que eu não poderia cumprir meu papel de mãe, pois não conseguiria lavar um prato, fazer o almoço ou varrer a casa. Minha maternidade foi reduzida a simples trabalhos domésticos, isso é o que o capacitismo faz.
Lilian Lima
"
E eu pensava na seguinte questão: nossa eu já tenho uma deficiência e ainda vou ser lésbica? Essa carga pesada todinha, porque vai ser considerado pesado para as pessoas, não para mim, vai ser considerado pesado para a sociedade. E esse peso que a sociedade vai ver, vai sobressair em mim
Andressa linhares
"
Ser uma mulher trans com deficiência é muito difícil. Se você não sofrer por ser LGBTQIA +, com certeza, você é desvalorizada por ter uma deficiência. Acham que porque sou surda, não consigo compreender os gestos e olhares transfóbicos e preconceituosos ao meu respeito.
Thais
"
Não pude fazer o exame porque de acordo com a enfermeira eu era virgem, só de olhar para minha deficiência física. Para ela, estar em uma cadeira de rodas me desclassificava, para fazer o exame, já que fui taxada como assexuada.
(Não quis se identificar)
Sobre
Diferente do que todos pensavam, ser uma mulher com deficiência me fez muito comunicativa. A minha trajetória traz dores e alegrias infinitas que me levaram a escolher o jornalismo. Sou portadora de Osteogenesis Imperfeita, conhecida também como Ossos de Vidro, e isto levou-me a ter mais de vinte e cinco fraturas pelo corpo. Contudo, a deficiência nunca foi um fator que me levasse a desistir dos meus sonhos, ao contrário, só me fez alavancar cada vez mais.
Nesses quatro anos de graduação, tive a oportunidade de aprender, conhecer novos lugares, novas culturas e pessoas maravilhosas. Contudo, foi dentro dessa área que aprendi a reivindicar os meus direitos como PCD. Logo de primeira, tive que provar ao mercado de trabalho a minha capacidade de estagiar, me tornando a primeira estagiária com deficiência da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
Também foi tempo de reconhecer a minha sexualidade e de reivindicá-la. Diante de tantos preconceitos e estigmas sociais, escolhi o tema “o empoderamento sexual da mulher com deficiência”. Dessa forma, a voz de cada entrevistada representa a minha voz.
Nessa trajetória tenho eterna gratidão a Deus por Ele estar sempre presente ao meu lado. Também agradeço à minha família, à minha mãe, Aparecida Melo dos Santos, por me lembrar da importância de chegar até aqui. Pelo meu pai, Roberto Xavier dos Santos, por me incentivar a não desistir. A minha irmã Paloma Melo, por me trazer à lembrança o quanto sou forte. A minha tia, Adna Xavier, sem ela, nada disso teria conquistado. E aos meus amigos por me apoiarem nas horas mais difíceis.
E, sem sombra de dúvidas, a minha professora orientadora, Andrea Trigueiro, que me auxiliou a planejar, organizar e desenvolver meu projeto. Agradeço por todo o apoio e por me enxergar como profissional e esquecer a deficiência, além de ver uma capacidade que eu nem imaginava que existia em mim. Sou eternamente grata aos meus professores que não tiveram distinção comigo em sala de aula, em especial Aline Grego, Vlaudimir Salvador e Carla Teixeira.
E por último, a minha gratidão a vida, seja ela como for, com limitações ou sem limitações, ela é o nosso maior presente. Aproveito esta dádiva divina da melhor maneira possível. Assim, espero que este trabalho contribua para que os estudos sobre a sexualidade da mulher com deficiência, também como seu empoderamento cresçam na sociedade acadêmica.
