Fisioterapeuta A fisioterapia hoje em dia pode ajudar muito nessa parte da sexualidade. Você pensando que sexualidade tem outras coisas não é só o sexo em si, tá? Mas assim, em relação à parte, vamos dizer assim, estrutural, a musculatura ele pode, a nossa área de fisioterapia pélvica, pode fazer muita coisa. O que por exemplo? Tem muitas mulheres que não tem nem muita consciência dessa musculatura, porque não se toca, porque é tabu, porque é feio fazer essas coisas. Então, não importa se é uma mulher que tenha deficiência ou não, a sexualidade existe em todo mundo, né? E ela deve ser, vamos dizer assim: descoberta e vivenciada. Então, a fisioterapia pode melhorar na consciência dessa musculatura através vamos dizer, de exercícios, através de estimulação elétrica, através de um recurso que a gente chama, que é bio-feedback, que você visualiza em tempo real se está contraindo, se está relaxando essa musculatura. Então tem muita coisa, cones vaginais, que você pode fazer sob orientação de um fisioterapeuta, mas tem no mercado, é uma coisa que não é cara, que você pode utilizar para melhorar essa musculatura. Então, eu acho que a gente, conhecer, ter, uma musculatura preparada. Tem muita gente que tem essa musculatura fraca e nunca nem teve filho, mas tem uma musculatura fraca porque vamos dizer organicamente tem um colágeno mais fraco do que uma outra pessoa que tem um colágeno melhor. Mas enfim, você pode ter uma musculatura fraca, pode não ter muito conhecimento e existem várias técnicas que você pode utilizar na fisioterapia para melhorar isso. É claro que a cabeça também tem que tá boa para ajudar em tudo isso, não é? Porque corpo e mente andam juntos, não adianta você só trabalhar o músculo se a pessoa tiver vivenciando determinadas experiências que vamos dizer, que não estão sendo muito positivas para ela, isso vai refletir também na sua sexualidade. Acho que eu sou muito daquele símbolo o que tem D-eficiência não significa ser uma pessoa com deficiência não possa muitas vezes superar limites que outra pessoa sem problema não tá. Então, o que a gente tem que saber é qual é o tipo de problema que essa pessoa está vivenciando, esse problema é a dor? é desconforto? É fraqueza muscular? Qual é o problema em si para que a fisioterapia vai atuar de forma global, melhorando isso aí. Por que qualquer mulher pode vivenciar sua sexualidade, tem pessoas que não têm nenhum problema físico e tem uma coisa que a gente chama de vaginismo, que não consegue aguentar, é doloroso qualquer tipo de penetração. Essa mulher ela não tá empoderada, ela não está dona do corpo dela e usufruindo, vamos dizer de prazer, usufruindo de um relacionamento completo por conta disso, tá? E a gente realmente tem uma boa atuação nessa área, né? Na área de dor, na área de fraqueza muscular. Tem muito pouca coisa em relação a área com deficiência e você Pâmela abriu o horizonte, porque eu digo todo dia lá aos alunos e a carapuça serve os professores também, a gente tem que começar a pesquisar mais. Porque essa é uma área muito cheia de tabu. Imagina que você tenha preconceitos em outra área, então imagina uma área que é uma área íntima, que é uma área que tem muitos problemas de cultura, as pessoas não devem estar falando sobre isso abertamente, não é socialmente bonito você tá falando dessa área. Mas, eu acho que a gente precisa, tem pouca coisa, tem em esclerose múltipla, tem alguma coisa, tem alguma coisa em AVE (acidente vascular encefálico), mas assim não é uma coisa que tenha muito sobre isso. Eu me lembro que a primeira vez que eu vi acho que foi da não sei se foi do Sara ou se foi da AACD, mas, é, orientando posições vamos dizer, para relações sexuais em indivíduos com lesão medular. Mas eu acho que você tá levantando um assunto muito interessante e muito importante, porque a gente precisa ter muita gente saindo da Universidade que tá interessada nessa área de fisioterapia pélvica e aí você tá mostrando um aspecto, vamos dizer que precisa ser muito estudado e escrito coisas sobre elas, o que é que a gente pode fazer. Porque realmente é muito limitado. Quando eu comecei, o começo da minha vida de fisioterapia foi em Neurologia, então eu tenho pacientes cadeirantes, que são minhas pacientes há muito tempo. Inclusive teve uma delas que teve a segunda filha na cadeira de rodas, ela era uma pessoa. Tem problema, teve um tumor na medula e ficou cadeirante, tá? Então eu tive o contato mais com pessoas por lesão medular, né? Lesão medular por arma de fogo, lesão medular nesse caso por tumor e é uma paciente com esclerose múltipla, né? Que eu tive a oportunidade de atender, na realidade duas de esclerose múltipla, uma que começou comigo e ainda era solteira e depois casou, mas graças a Deus também vem bem, porque uma pessoa conscienciosa que sempre tá se cuidando, fazendo alguma coisa. Porque você sabe que tem problemas neurológicos que a cada surto deixa uma sequelinha, né? Então ela tá sempre consciente disso e fazendo realmente um trabalho preventivo de assoalho pélvico