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História mal contada da luta pela sobrevivência e direitos
Primeiro é essencial pensar o quanto foi dolorosa a construção social das pessoas com deficiência. De acordo com o professor de História Talmon Trajano, o grupo PCD carrega um peso histórico de enorme rejeição, sendo julgados por serem quem são, sofrendo diversos estigmas. “A história da pessoa com deficiência é muito recente. Isto se dá pelo fato de que no período da Antiguidade os únicos relatos dessas pessoas na sociedade eram a tentativa de extingui-las cruelmente. Enquanto os escravos estavam lutando por sua liberdade, a pessoa com deficiência ainda era assassinada pela própria família,” afirma.
Também é fundamental olhar de perto a história da sexualidade da mulher, já que por muito tempo esta era tratada como algo proibido e promíscuo pela sociedade. De acordo com a historiadora Fátima Seabra, a construção histórica da sexualidade da mulher foi de grande repressão e perseguição social. No vídeo a seguir, ela ressalta como eram as dificuldades dos grupos femininos em reivindicarem sua sexualidade, além dos estigmas sociais da época diante das mulheres com deficiência.

No vídeo a seguir, quatro líderes religiosos de diferentes doutrinas contam como sua orientação religiosa observa o tema:
Da opressão à liberdade:
As batalhas diárias pelo direito
ao empoderamento sexual.
Por muito tempo, sexo e deficiência eram pautas tão distantes que não faziam parte dos debates em torno da mulher com deficiência. Essa visão simplista está diretamente ligada aos estigmas sociais que as mulheres PCDs encontram em relação a sua sexualidade.
Este grupo feminino sofre automaticamente uma dupla discriminação social. A primeira por ser mulher e a segunda por ser uma pessoa com deficiência. Esta visão está relacionada às questões de gênero, que ainda são fatores predominantes na formação social do ser humano. Esse cenário sexista em relação às mulheres PCDs apresenta-se de forma expressiva na população brasileira. De acordo com o IBGE, cerca de 6,4% dos habitantes têm algum tipo de deficiência, seja ela: física, auditiva, visual, intelectual ou múltipla. Porém, a grande maioria PCD é composta por mulheres que são invisibilizadas e mal representadas.
A deficiência às vezes é algo inesperado para uma mulher e pode chegar em qualquer fase da vida. Esse novo cenário traz a necessidade de aprender a conviver com limitações físicas, além de ter que suportar um novo olhar da sociedade sobre elas. Reescrever uma nova história é o que Mirelly Almeida Xavier faz todos os dias depois de receber o diagnóstico de paraplegia, após um acidente automotivo. Para Mirelly, as maiores dificuldades enfrentadas depois de tornar-se uma pessoa com deficiência são os estigmas sociais em relação a nova condição física. Ela também relata as experiências e superações depois do final conturbado de seu relacionamento, no vídeo abaixo:
Os estigmas em torno das mulheres com deficiência também estão presentes no meio artístico. De acordo com agência Head, a representatividade de pessoas PCDs em comerciais brasileiros não chegou a 0,12% no último ano. Um outro estudo, o Diversity and Social Change Initiative, analisou os 100 principais filmes lançados em 2015 e percebeu que o número de personagens com deficiência foi de apenas 2,4%. Já na música, poucas são as artistas com deficiência que conseguem alcançar alguma representatividade na mídia. Porém, esses números não representam a classe PCD que existe no meio artístico:
Esse é o caso de Amanda Lyra. Mulher PCD, cantora, produtora musical e CEO de uma empresa de publicidade, ela luta em busca do empoderamento e visibilidade das mulheres com deficiência. No vídeo abaixo, Amanda relata como é ser uma artista com deficiência, além da trajetória até a sua conquista pelo empoderamento sexual.