Iniciativas Independentes

Mulheres que fomentam o mercado editorial feminista

Foto: Freepik

Mulheres leem mulheres. Cada vez mais, os projetos editoriais feministas estão ganhando espaço no mercado literário brasileiro. Essa iniciativa tem chamado a atenção de editoras e pesquisadoras que produzem estudos relacionados ao tema.

Segundo uma matéria publicada pela Folha de S. Paulo, entre os anos de 1965 e 1979, no país, cerca de 20% dos livros publicados pelas grandes editoras eram de autoria feminina. De acordo com estudos da professora Regina Dalcastagnè, entre 1990 e 2014, os livros assinados por mulheres superaram 30% dos lançamentos. Atualmente, apesar de não ter atingido a equidade literária, o número das publicações chega a quase 45%, segundo a plataforma Clube de Autores.

“Desde os anos 90, foram produzidas mudanças, na América Latina, de novas configurações dos espaços sociais e culturais, visando a consolidações de organizações feministas, principalmente, na produção literária de autoria feminina, que muitos chamam de escrita feminina ou literatura escrita por mulheres”, desenvolve Maria Generosa Ferreira Souto, no livro Vozes do Gênero: Autoria e representações.

Cansadas de ser minorias nas publicações, mesmo com obras de qualidade, as mulheres assumiram uma postura protagonista, objetivando alcançar maior visibilidade na literatura, na escrita e em todos os âmbitos sociopolíticos.

“Numerosos experimentos demonstram que a sociedade continua a estimular, priorizar e valorizar muito mais o homem que a mulher, e nós, sem perceber, tomamos parte desse mesmo desdém discriminatório”, escreve a jornalista Rosa Monteiro, no livro Nós, Mulheres: Grandes Vidas Femininas.

Venda de livros cresceu durante a pandemia da Covid-19. Animação: Maria Clara Monteiro

O que é uma editora feminista?

No livro Imprensa Feminina e Feminista no Brasil: Século XIX, de Constância Lima Duarte, doutora em Teoria Literária, percebe-se que, desde meados do século XIX, é observável a existência, ainda que pequena, de editoras feministas. “Quando as primeiras mulheres tiveram acesso ao letramento, imediatamente se apoderaram da leitura, que por sua vez as levou à escrita e à crítica”, certifica a pesquisadora.

Atualmente, iniciativas feministas já não são raras e resistem para permanecer no espaço conquistado. Um exemplo disso é a Editora Luas, que se reconhece como um “Projeto Editorial Feminista”.

Para Cecília Castro, fundadora e diretora editorial da Luas, ser uma editora feminista é alinhar as publicações literárias aos princípios éticos e políticos do  movimento: “É ser uma editora que se preocupa com a ampliação das discussões em prol das mudanças que as mulheres vêm pensando, discutindo e criando, como a questão do ecofeminismo, da diversidade e do próprio contexto das mulheres. É ter uma perspectiva que é decolonial, interseccional, antirracista. E tem uma preocupação para além da produção de mais um livro: quer fomentar debates e publicações sobre mulheres que se consideram, que são e pesquisam feministas”. 

Ao comparar essa concepção com a de editoras que não declaram um viés identitário ou ideológico, percebe-se o diferencial das editoras feministas. “Têm editoras que foram criadas por mulheres e que publicam homens e mulheres. E que, mesmo tendo esse discurso de tentar uma equidade, não necessariamente publicam textos feministas e revolucionários, no sentido de criticar a forma de pensar as hegemonias”, sustenta Castro. 

A ideia do projeto da Editora Luas é antiga, mas apenas no final de 2019 foi possível tirar o sonho do papel. Formada em Letras, Cecília sempre esteve imersa no universo literário. E desde os tempos universitários sentia falta da representatividade feminina. A vinda do projeto Leia Mulheres para o Brasil, em 2015, despertou os questionamentos que já estavam presentes em sua vivência. Assim, unindo a insatisfação pessoal e as causas sociais do feminismo, foi possível o surgimento da editora.

O primeiro exemplar publicado homenageou o seu lugar de origem, Belo Horizonte (MG), e resgatou a poesia mineira. O livro foi Todas as Primaveras em Mim, da musicista e poeta Deh Mussulini. 

“A perspectiva da Luas é por e para as mulheres. É o nosso interesse e intenção. O âmago da editora é a produção do livro estar vinculada a uma questão política e à ampliação da visibilidade e da expressão das mulheres. Por isso trabalhamos com três eixos: a literatura contemporânea, a não ficção e teoria feminista e a coleção precursoras”, declara a fundadora.

Esse último eixo destaca-se por relembrar os escritos vanguardistas de autoras brasileiras. É um resgate de obras de autoras do século XIX e início do século XX. A referência vem da Editora Mulheres, da Zahidé Muzart. É um trabalho que todas as editoras deveriam fazer, por uma questão histórica e ética. Se não for nós, mulheres, isso não acontecerá. Como feminista, me considero responsável por possibilitar que esse livro chegue às mãos das leitoras, pontuou Castro.

Cecília Castro planejou a Editora Luas para valorizar as vozes femininas. Foto: Arquivo pessoal

A coleção conta com um volume da obra da precursora, acompanhada de notas e estudos atualizados de pesquisadoras contemporâneas, que explica o momento histórico pelo qual a autora passava. O primeiro livro publicado foi o de ensaios de Nísia Floresta com anotações da pesquisadora e professora Constância Lima Duarte.

O segundo volume da coleção foi Virgindade Inútil e Anti-Higiênica, de Ercilia Nogueira Cobra. Na obra, foram publicados um ensaio e uma novela da autora, escritos entre os anos de 1924 e 1927. As notas atualizadas foram feitas pela pesquisadora Imaculada Nascimento. 

O próximo lançamento será A mulher é uma degenerada, de Maria Lacerda de Moura, autora que criticou, com veemência, a moral sexual da época em que viveu. Como várias escritoras, sua obra ficou esquecida com o passar dos anos, e ganhará uma nova edição pela editora. 

Nesse período de atuação no mercado, a Editora Luas publicou 11 livros, nos três eixos mencionados. Para conferir o catálogo completo, clique aqui

Foto: Reprodução/Editora Luas

Editora Claraboia

“Editora de escritoras mulheres.” É dessa maneira que a Claraboia ocupa o mercado editorial, e existe desde 2019, de forma independente.

Tainã Bispo, jornalista, editora e fundadora da Claraboia, conta que, quando se formou em Jornalismo, percebeu que havia poucas reportagens sobre o ramo editorial. Já que trabalhava na área de redação econômica, decidiu seguir por esse viés de escrita. “Comecei a entrevistar e fazer matérias sobre editores das grandes casas editoriais, os agentes literários, as pessoas das livrarias”, diz.

Nesses encontros, surgiu a possibilidade de ser editora literária; e sem pensar duas vezes, migrou de carreira. “Nesse percurso, eu contratava autores, fiz feiras internacionais. Tive a oportunidade de ir para Frankfurt e para Londres. Tive o privilégio de editar autores muito legais. Fui muito feliz e me encontrei nesse lugar de edição”, relembra.

Ainda assim, Tainã queria direcionar-se para outras possibilidades. “Tinha muita pressão para fazer faturamento e eu não queria trabalhar desse jeito. Eu abri o CNPJ da Claraboia em 2013, mas tinha muito medo de começar. Vivi muito tempo dentro de editoras, sabia como o mercado funcionava e que não seria fácil e rápido”, expõe.

Após as eleições presidenciais de 2018, viralizou na Internet a imagem de duas mãos se encontrando, com a seguinte frase: “Ninguém solta a mão de ninguém”. Foi nessa ocasião que Tainã se deu conta de que seria o momento ideal para seguir com a Claraboia. “Era o momento ideal de lançar a editora, mas, também, de ter um posicionamento político. E tive a ideia de organizar um livro com essa frase. Entrei em contato com a ilustradora e lançamos a obra”, conta.

Foto: Reprodução/Editora Claraboia

A ação resultou no livro Ninguém solta a mão de ninguém: Manifesto afetivo de resistência e pelas liberdades.Tainã organizou o lançamento e convidou outras pessoas para integrar a publicação. “São 24 artistas, escritores, jornalistas, profissionais liberais e ativistas que colaboraram em um livro sobre o sentimento individual e coletivo em determinado  momento da história brasileira — o ano de 2018. Não foram definidas regras preliminares; o texto poderia ser em forma de prosa, poesia, crônica, ilustração ou mesmo uma música”, explica.

“A gente quer se reconhecer nas prateleiras das livrarias, ler o que a gente é. A Claraboia tem essa ideia de olhar para as janelas da diversidade, das identidades e subjetividades múltiplas, para que a gente possa se reconhecer dignos”, afirma Tainã Bispo

Tainã Bispo idealizou em 2013 a Editora Claraboia
Foto: Arquivo pessoal/Reprodução Claraboia

Dificuldades financeiras

A pandemia alavancou vendas literárias em alguns setores, o que significou um aumento de quase 50% na venda de livros no primeiro semestre de 2021, dado divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel).

No entanto, projetos independentes lutam para sobreviver em meio aos desafios do mercado e às crises social, econômica e política que atravessam o país.

A saída para continuar com as publicações na Editora Luas tem sido negociações com as autoras e participações em editais literários. “A ideia é abrir espaço, mas são muitos desafios. A nossa tiragem é pequena. Eu vivencio alguns conflitos, porque a editora precisa de uma sustentação dentro do contexto mercadológico e, muitas vezes, preciso fazer práticas que eu considero antifeministas, porque são capitalistas. São dois anos que eu trabalho com dedicação exclusiva à editora, e ela não consegue me sustentar, então, tenho que fazer freela para outras editoras. Mas a gente está tentando fazer com que as nossas vozes sejam lidas, principalmente por nós”, sustenta Cecília. 

A diretora não romantiza as adversidades e sustenta que, com muito custo, o sonho resiste. “Eu me vejo cada vez mais comprometida com a prática feminista. Eu vivo sempre a editora, não tem como separar”, assegura Castro.

Tendo em vista o conhecimento editorial e literário, Tainã buscou outras alternativas para garantir o sustento da Claraboia: criou o Claracast, podcast que trata de assuntos literários, de uma forma descontraída e informal, e que fechou a primeira temporada com sete episódios sobre a escrita criativa.

Além disso, formou o Paraquedas, outro selo editorial que publica obras assistidas.  “Eu recebo os autores, mas eles pagam para serem publicados. É um braço que permite que a editora continue existindo e que eu possa publicar, na Claraboia, os livros em que eu acredito e que são importantes para mim. É muito trabalho e investimento pessoal; ao mesmo tempo em que é uma crença, uma esperança de que a gente possa transformar e melhorar esse país”, atesta a fundadora.

Quem determina quem é escritora?

Tatiana Lazzarotto, jornalista e mestranda de Estudos Culturais pela Universidade de São Paulo (USP), escreve desde criança. No entanto, por motivos pessoais e sociais, nunca acreditou que poderia ser considerada uma escritora. “Como muitas mulheres, a gente não se acha capaz, digna de ser catalogada. Eu achava que era um sonho muito distante, porque, infelizmente, a minha formação literária, desde a escola, é muito baseada em homens. Então, a gente teve como modelo homens escritores, principalmente os brancos, cisgênero, hétero, de eixos geográficos e classes sociais privilegiadas. Era isso que nos chegava, e afetava as escolhas curriculares”, aponta.

Tatiana Lazzarotto pesquisa grupos de escritas femininos. Foto: Cami Onuki/Arquivo pessoal

Ao ingressar no curso de Jornalismo, teve outras experiências que envolviam a temática. Em um dos trabalhos universitários, criou um blog, o que lhe possibilitou o início da carreira literária. “Veio uma produção intensa e genuína, porque eu realmente gostava de escrever, e o público começou a surgir. Eles me liam e era recíproco. Foi muito importante para a minha trajetória. O blog se tornou um repositório dos meus textos”, conta Lazzarotto.

Em 2018, após longos anos no mundo corporativo, decidiu retornar à universidade para desenvolver o mestrado. Foi nesse mesmo período que ela entendeu, também, que escrever era o que lhe fazia feliz. “Conheci o Clube da Escrita para Mulheres e comecei a participar das reuniões. Era muito único, porque elas se encontravam para escrever. E eu entendi que elas estavam desafiando algumas questões, como o mercado editorial, por fazerem dos encontros um lugar seguro. Na minha pesquisa de mestrado, escolhi estudar sobre esse clube, para falar sobre mulheres que escrevem. E aí entendi que não era apenas a pesquisadora, era também eu, como escritora. O clube me ajudou a me assumir como escritora, porque a primeira coisa que eu ouvi foi: ‘se você escreve, você é escritora’”, relembra.

Livro organizado por Tainã Bispo e Tatiana Lazzarotto. Foto: Reprodução/Editora Claraboia

A partir desse ponto, sua vida mudou. Enquanto se dedicava ao projeto de pesquisa do mestrado, conheceu Tainã Bispo, que na época já havia fundado a Editora Claraboia. Os interesses em comum as uniram e, hoje, são grandes amigas. Ainda fruto desse encontro, surgiu o convite para organização do livro Cartas de uma Pandemia (2021), que documenta histórias de mulheres sobre os sentimentos que presenciaram durante a pandemia da Covid-19. “São mães, professoras, imigrantes, profissionais da saúde, escritoras, estudantes e uma criança que relatam como encontraram forças para criar o próprio manual de sobrevivência. Como enfrentar medos e desesperanças para insistir numa terra arrasada? As cartas da obra são testemunhos corajosos de quem acredita na escrita  — e no compartilhamento — como forma de resistência”, explica a sinopse.

Em 2021, Tatiana Lazzarotto venceu o edital do Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAC) de obras de ficção, com o livro Quando as árvores morrem. A conquista resultou no lançamento e publicação da obra pela Editora Claraboia. “É uma história sobre um pai, uma filha e uma árvore. Um deles está morto. Os outros dois terão de sobreviver. Narrado em primeira pessoa, o romance apresenta a história de uma mulher que perde o pai de forma repentina. Ela retorna a Província – cidade fictícia – para atender aos desejos deixados por ele: recuperar a casa da família e garantir que a velha árvore do quintal, já condenada, não seja derrubada”, traz a sinopse.

Livro que estreou Tatiana Lazzarotto como escritora na Editora Claraboia. Foto: Reprodução/Editora Claraboia

“A gente quer ser lida. Como mulher, a gente merece, luta e trabalha para ser lida cada vez mais. Publicar, no Brasil, em uma editora independente e ser mulher é um ato de coragem. Mas é muito bonito você chegar nesse lugar”, afirma Tatiana Lazzarotto.

Quando as árvores morrem é o lançamento da Claraboia. Foto: Diangela Menegazzi/Arquivo pessoal

“O livro é uma ferramenta fundamental e poderosa. Então, a gente ter mulheres escrevendo suas próprias histórias e sendo lidas por outras mulheres é muito importante, subversivo, resistente e revolucionário, porque, antes, não podíamos fazer isso. Isso atravessa a gente”, comenta Tainã Bispo.

Formação literária e feminista

Incentivada pelos ensinamentos e sensibilidade de seu pai, a infância em Pelotas (RS), da escritora, educadora, artivista e ecovegana Patrícia Lessa se firmou na educação libertária e feminista.

Ao ingressar na universidade, explorou o lado artístico de sua escrita, mas sem deixar de lado a veia militante.

Patrícia Lessa em feiras literárias representando a Editora Luas. Foto: Arquivo pessoal

Ela participou de coletâneas feministas e escreveu sobre o universo acadêmico. Em 2021, decidiu se aventurar em mais um gênero: a literatura infantil. Procurou por editoras que tivessem os propósitos alinhados aos seus e encontrou a Editora Luas, e lançou, por meio dela, O resgate do Touro Vermelho. “Eu queria uma editora que não focasse muito no lado comercial, mas priorizasse o ativismo, que era meu desejo com o livro”, afirma a escritora.

Além do livro infantil, Lessa publicou, também, sua tese de doutorado Chanacomchana e outras narrativas lesbianas em Pindorama, que aborda o tema do lesbianismo no Brasil. “Das muitas contribuições deste livro, destaca-se o rompimento dos silêncios sobre as lesbianas, tornando-as visíveis, bem como a inscrição do ativismo lesbiano na história dos movimentos feministas no Brasil e nos registros acadêmicos, com a pretensão de detectar as redes de sentido que compõem a existência lesbiana, suas estratégias e práticas de visibilidade, por intermédio da mediação dos discursos impressos”, aponta.

“Quando as mulheres resolvem abrir editoras, nos fortalecem. Isso nos cria coragem em saber que temos pessoas que vão nos apoiar. Mulheres estão protagonizando uma nova história e possibilitando que meninas saiam dessa escravidão imposta pelo Estado. Por isso eu escrevo”, opina Patrícia.

Com o desejo de expandir essa filosofia de vida, Patrícia Lessa idealizou e fundou o projeto de extensão “Produção editorial feminista: teorias, técnicas e métodos na criação de livros escritos por mulheres”, que une a produção editorial e de conteúdo, a revisão e o projeto gráfico da editora. Apesar de estar vinculada à Universidade Estadual de Maringá (UEM), participam, também, mulheres de outras regiões do país.

“A gente faz um encontro por mês. Indicamos um texto de uma teórica feminista, discutimos e partimos para os afazeres da editora”, elucida Cecília. Atualmente, sete alunas estão envolvidas no propósito. Uma delas é Andréa da Conceição, historiadora e mestranda em História Política pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Sua tese foca na mulher e no feminismo libertário, o que fez com que a própria Patrícia a convidasse para compor o projeto. 

“Eu achei bastante interessante, porque é uma editora idealizada, escrita e pensada por mulheres, e que compreende a potência feminina e a necessidade de buscar a legitimidade da mulher como intelectual”, aponta Andréa.

Sua função é dialogar com o espaço acadêmico e construir possibilidades de diálogos com outras instituições. “Eu apresento a Editora Luas nos congressos, faço avaliação dos originais e mediação de mesas”, confirma a mestranda. A maior conquista do grupo, até então, foi a apresentação de trabalho no I Simpósio Internacional de Crítica Feminista e Autoria Feminina, que aconteceu em dezembro de 2021, e contou com diversas análises da cultura, da memória e da identidade das mulheres.

Mesmo estudando feminismo há um tempo, Andréa destaca a importância do projeto para a sua vida. “Você vai se deparando com mundos além daqueles que você sabe. O processo de aprendizagem é bastante rico. Exploramos as constantes lutas femininas e o processo de buscar sua própria legitimidade e de se construir como sujeito”, define.

A possibilidade das mulheres escreverem e publicarem seus livros ocupa um espaço significativo e resistente na história feminina. Hoje, pode-se olhar os catálogos literários e se reconhecer nas obras. Inspiradas nas palavras lidas, é possível, ainda, visualizar um novo presente e futuro com representatividade, liderança e revolução.

Patrícia Lessa, com o livro Chana com chana, resultado de sua tese de doutorado. Foto: Arquivo pessoal