A importância das leitoras

As leitoras são fundamentais para as escritoras, afinal, tudo o que é escrito foi e será lido por alguém. Essa relação está presente na vida das estudantes de Jornalismo Caroline Cardilane e Ana Botelho, ambas com 20 anos. Elas compartilharam com a gente suas impressões sobre a literatura feita por mulheres,  como isso impacta suas vidas e suas atividades profissionais, junto com os aprendizados que os livros lhes trouxeram, a partir de duas obras de duas autoras canônicas: O quinze, de Rachel de Queiroz, e Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, de Clarice Lispector.

As fortes palavras de Queiroz refletem na vida de Carol. Animação: Maria Clara Monteiro

“Além de serem autoras nacionais, são mulheres. No contexto em que elas escreveram os livros, não era fácil ser mulher e ter coragem de escrever”, observa Caroline.

Clarice Lispector acompanha a vida de Ana. Animação: Maria Clara Monteiro

“Eu sou um pouco como a escrita de Clarice Lispector, na minha vida. Lê-la é muito revolucionário para a nossa vida intelectual, principalmente para nós, mulheres”, comenta Ana.

Confira a conversa completa:

O Leia Mulheres

A busca pela representatividade feminina também resultou em coletivos que, atualmente, movimentam o cenário literário. Um dos famosos grupos é o Leia Mulheres, projeto nacional que surgiu com o objetivo de atrair visibilidade e protagonismo para as autoras femininas.

Em 2014, a jornalista inglesa Joanna Walsh criou o manifesto #ReadWomen, em português #LeiaMulheres, e passou um ano inteiro lendo apenas títulos de autoras. Com isso, o que era um projeto pessoal ganhou dimensão internacional.

No Brasil, já são mais de 200 cidades que aderiram à ação. No Recife, o clube está ativo desde 2015, organizando encontros mensais com o público que deseja comentar obras escritas por mulheres. Débora Marinho, formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é a atual responsável pela curadoria dos livros e explica, no vídeo a seguir, sobre o processo.