

Corpo & Mídia
“Mulher morre com hepatite fulminante após consumir ervas de emagrecimento”; “Jovem de Teresina tem convulsões e sangramento após tomar emagrecedor”; “Mulher morre durante cirurgia de lipoaspiração e implante de silicone”; “Estudante morre após tomar remédio para emagrecer que comprou na internet”; “Mulher morre durante procedimento estético em clínica”. Essas são algumas das matérias publicadas ao longo dos anos, sobre mulheres que perderam – ou quase – suas vidas em busca de um padrão inalcançável. Mulheres jovens que, ao se submeterem a automedicação e procedimentos estéticos, tiveram a pior das consequências.
Tik Tok: Filtros, trends & inseguranças
Sentimento de insuficiência, comparação, a vontade de ser outra pessoa, ter outro corpo, outra vida. Com o passar do tempo e o surgimento das redes sociais, esses sentimentos passaram a ser frequentes na vida dos usuários. Essas redes permitem que o indivíduo exponha sua vida e seu cotidiano de forma rápida e intimista. Um click e todos os seguidores estão sabendo o quê você está fazendo, comendo, vestindo, concordando, falando. Esse processo do que pode ser chamado de “midiatização da vida” tem provocado consequências mais profundas do que se imagina.
Roda de conversa
A geração Geração Z, os nascidos entre 1994 e 2010, já chegou em meio à revolução tecnológica, com a internet e redes sociais fazendo parte do dia a dia das pessoas. Mas será que vir ao mundo na era das redes gerou algum tipo de desconforto aos mais jovens? Que tipo de impacto o Tik Tok, por exemplo, um dos aplicativos mais baixados do último ano, de acordo com o Sensor Tower, pode causar a essa geração?
A forma como se comportam nesse tipo de rede, o que consomem e o porquê, são alguns dos temas dessa roda de conversa com cinco adolescentes que explicam sua relação com o meio digital e desabafam sobre suas inseguranças, que são engatilhadas a partir de alguns conteúdos que consomem na internet.
Impacto na gente
Desde o início da modernização dos meios de comunicação, é possível perceber a rapidez com que esses canais influenciam a sociedade de modo geral, seja de forma comportamental ou organizacional. A geração mais jovem é uma das que mais recebe essa influência, visto que nasceu em meio à midiatização, processo definido como fundamental sobre instituições sociais para sociólogos como o norueguês Gudmund Hernes.
Nesta mesacast, Caroline Cardilane conversa com o professor e mestre em sociologia, Lula Pinto, e com a psicóloga Jaqueline Guimarães, sobre os principais impactos que os meios digitais, como as redes sociais, podem causar nas novas gerações. Os profissionais analisaram questões como a relação de mídias, redes sociais e o consumo, modulação de comportamento e outros processos da vivência no meio digital.
Sobre
Durante toda minha vida, lidei com inseguranças sobre mim e, principalmente, sobre meu corpo. Sempre achei que só alcançaria a felicidade quando chegasse, finalmente, no meu corpo dos sonhos – isso desde meus 10 de idade, ou menos. Cheguei na casa dos vinte e adivinha, eu não tenho meu “corpo dos sonhos”. Na verdade, eu nem sei ao certo que corpo é esse que eu tanto idealizava, e por que dependia dele para conseguir alguma coisa, quem dirá a felicidade? Acontece que eu amadureci, e isso não quer dizer que não carrego mais minhas inseguranças e meus medos comigo, mas aprendi a lidar com eles, de certa forma.
Foi a partir disso que o Corpo Meu nasceu, da minha vontade de colocar para fora o que analisei nesses meus anos de vida e percebi como errado e como certo também. Com esse site, espero que outras pessoas que sofram ou tenham sofrido e convivido com a insegurança, assim como eu, encontrem um local de força, e não se sintam sozinhas. Os relatos que trouxe ao longo das matérias, trazem não só as dores dos meus queridos entrevistados, mas as minhas também. E tenho certeza que espelham o que muitos outros sentem.
Esse projeto jamais seria possível de vir ao mundo sem a ajuda de algumas (várias) pessoas. Deixo aqui meu muito obrigada às minhas amigas maravilhosas, que conversaram comigo sobre o tema abordado, fazendo-me perceber que não só eu compartilhava das mesmas opiniões. Nossas trocas são sempre valiosas e me renderam um tema de TCC dessa vez, obrigada, queridas. Agradeço também à minha psicóloga, sem ela, eu encontraria muito mais dificuldade em me aprofundar em um tema que mexe tanto comigo. E, claro, meu agradecimento a meus queridos professores, que estiveram comigo nessa caminhada de 4 anos da graduação dos meus sonhos, na qual aprendi não só sobre o jornalismo, mas sobre a vida e até sobre mim mesma.
Obrigada à Andrea Trigueiro, minha orientadora maravilhosa que acompanhou de perto todo esse processo, ajudando e aconselhando a todo momento. E obrigada à minha família, meus pais, meus avós, minhas tias e meu irmão, por serem meu porto seguro e sempre me confortarem e me encorajarem para tudo, principalmente na minha trajetória como jornalista. Por fim, jornalismo vive!
