Amanda kerline Pensando sobre isso, a educação sexual, não é isso? No caso de uma pessoa com deficiência, já tá dizendo, a pessoa. Então ela tem que ter igualmente essa informação, de acordo com seu nível intelectual ou dentro do parâmetro que realmente ela couber, ela tem que ser informada sim. Até porque ela não é um ser assexuado, né? Eles não são assexuados, ao contrário eles possuem vontades e desejos igual a todos. Então assim, a importância de se falar e quebrar realmente todos esses paradigmas e esses tabus é realmente ter uma linguagem aberta e dizer. Porque na realidade eles sentem desejos e eles não sabem que desejos são esses, muitas vezes, por que isso não foi abordado, porque isso não foi falado, isso não foi realmente dito de uma forma coerente, essa importância de realmente tratar isso como um algo importante, que é justamente essa questão sexual. Quando se fala, sobre de que forma prevenir, eu acho que cabe muito a questão da gente falar sobre os abusos, uma vez que a gente conhece nosso corpo na primeira infância, reconhecendo o corpo na educação escolar e as partes do corpo, as partes motoras do corpo, como o corpo funciona. Então assim, desde a primeira infância isso é abordado, né? Dentro realmente do padrão escolar, como funciona o corpo, mas dentro da sexualidade, no caso, da menina com deficiência é a abordagem sobre o cuidado com o corpo, do toque, né? Eu poderia trazer isso, sobre o corpo pertence a mim, o corpo é parte minha então não vou permitir que alguém toque sem que eu queira e de que forma eu vou realmente aceitar isso, não de uma forma abusiva. Eu também acho que a gente tem que observar a maturidade intelectual na hora da abordagem, a maturidade afetiva da pessoa, né? Porque tem que respeitar também as suas características, de que forma , é algo muito peculiar e na menina eu acho que a questão do toque, isso é muito válido, dela entender o porquê de cada toque, o porquê de cada gesto, simbolizando esse desejo de uma forma realmente correta. Acredito que precisamos caminhar muito referente a essa questão, né? Tanto família, quanto escola né, acredito que a família tem mais uma intimidade de abordagem maior, no que se diz respeito naquilo que se a uma dúvida referente, se há uma informação que precisa ser esclarecida. Mas a gente percebe que culturalmente, há uma barreira, né? Conversando com alguns pais, a gente vê que a primeira abordagem da infância deles, é que foram os pais que deram revistas pornográficas, né? A revista de mulheres praticando ato sexual de forma realmente, às vezes distorcidas daquilo que realmente o sexo representa, né? O prazer sexual, o toque, o afeto, o laço, o prazer de se sentir. Então assim, a escola, traz a questão mais científica, né? O que fazer, mas eu acredito que a família, tanto a mãe, quanto pai, geralmente a mãe com a menina e o pai com menino, tem que quebrar essas barreiras. Porque eu acredito que um laço maior de intimidade tá dentro da nossa casa, onde a gente pode trazer e às vezes essa abertura não há e vai sim buscar fora e às vezes informações distorcidas, né? Eu acredito que quando há informação clara, daquilo que realmente não pode ser tratado como algo escondido, mas como algo que pode ser revelado, né? Porque é algo que é peculiar de cada um de nós, né? Vai chegar o momento de cada um de nós e eu acredito que com essa informação, nós vamos ter menos menos gravidez precoce, menos abusos na primeira infância e tanto as mulheres quantos os homens vão se auto valorizar. Porque o corpo pertence a mim, né? O corpo é meu, então assim eu acho que quando você tem essa linguagem de pertencer, você sabe do que é pertencer a você mesmo, esse compromisso com você mesmo, eu acho que tudo fica mais claro e acredito que sim a gente vai chegar a esse nível e trazer esse tipo de informação de forma mais esclarecedora e sem tantos tabus