Anna Novaes
Aos 13 anos decidi que jornalismo seria a profissão escolhida para minha vida, mesmo sem saber na época o que realmente era. Hoje, quase dez anos depois, vejo que essa escolha precoce me moldou como pessoa e fez com que eu tivesse um olhar mais crítico das coisas ao meu redor. Questionar, buscar informações e principalmente vivenciar as experiências me fez ter essa bagagem da qual eu saio da faculdade agora.
Nesses quatro anos de jornalismo pude aprimorar, mudar de ideia sobre várias coisas, debater temas e descobrir a minha paixão pelo jornalismo cultural. Diante disso, o tema para o TCC não poderia deixar de ser nessa área, escolhendo o Movimento Cultural Brega. Através disso tudo, pude desenvolver minhas habilidades e exercer tudo o que essa jornada me proporcionou.
O “Se Envolve”, um trabalho idealizado por mim e meus amigos, mostrou o quanto a força social do brega tem muito a acrescentar na cultura popular do Estado. Um movimento vindo das periferias que propaga a vida das pessoas que lá moram, dando a devida evidência aos atores que, mesmo com esse ritmo segregado nacionalmente, conseguem se inserir na cadeia produtiva do Recife e com o peso de expressão genuinamente pernambucana.
Jameson Ramos
Eu sempre digo que não fui eu quem escolheu o jornalismo e, sim, foi ele quem me escolheu. Desde pequeno, já no pré-escolar a minha vida já caminhava para a comunicação; meu destino já demonstrava sinais do que me aguardava no futuro. Foi assim quando desenvolvi uma rádio na minha escola do ensino médio, depois quando integrei o Núcleo de Comunicação da Bomba do Hemetério – mais precisamente à Rádio Seu Hemetério.
Nada era mais intenso na minha vida do que a comunicação. Acreditando nela como uma forma de proporcionar vez e voz às comunidades mais periféricas, como a minha, decidi então não mais fugir do que já estava predestinado.
Esse trabalho que idealizei juntamente com os meus amigos é a concretização de toda uma luta para a visibilidade daquilo que é feito, promovido e propagado dentro das favelas do Grande Recife. Não apenas como um “objeto de estudo”, esta pesquisa servirá para um melhor entendimento sobre: o que representa o brega na vida das pessoas – qual a sua força social.
“Se Envolve” surge num dos maiores momentos da efervescência do movimento brega no Brasil. Por isso a importância de se discutir o social, como os seus atores conseguem se transformar socialmente. Trazer à tona também como as comunidades onde estas pessoas estão inseridas, seja ele cantor, bailarino, empresário, produtor – como o seu meio comunitário o enxerga enquanto pessoa que através de um ritmo tão marginal conseguiu se estabilizar.
Vitor Nascimento
O jornalismo sempre esteve presente no meu dia a dia. Não de uma forma direta, mas em como eu me relacionava com as pessoas e na minha forma de ver o mundo. Dar voz para quem precisa e, principalmente, escutar e contar histórias. Com muito sacrifício e persistência, durante toda a minha caminhada pelo curso, aprendi, errei, sorri e chorei. Passando por cada etapa desse desafio, vejo que me tornei uma pessoa melhor, justa e correta.
Como oportunidade de finalizar essa jornada, propus, junto com os meus amigos, encarar o TCC com um último e prazeroso desafio: falar sobre o brega e sua força social como agente transformador nas periferias do Grande Recife. Formalizar esse website, como um canal comunicador, foi dar voz as pessoas que cresceram e que tem a sua vida relacionada com esse movimento genuinamente pernambucano.
O “Se Envolve” foi idealizado e construído em um momento que o brega vem se consolidando, quebrando preconceitos e surpreendendo muita gente. Um trabalho idealizado ainda no final de 2017, mas que tomou forma e vem ampliar a representatividade desse movimento.
Agradeço a todos os entrevistados, pela disponibilidade e por acreditarem nesse projeto. A orientação e paciência de Dario Brito, a força na construção do site por Flávio Santos, aos meus amigos, a minha família e principalmente a Deus. Agradeço a Universidade Católica por ter me transformado no profissional que sou, e a todos os grandes mestres que me ensinaram nessa grande e prazerosa jornada.