José Reinaldo de Lima

Fotos: Pedro Silveira/EL País | Reprodução/Arquivo Pessoal

Ídolo do Atlético-MG, o atacante José Reinaldo de Lima (1957-) comemorou com o famoso gesto dos Panteras Negras seu gol na estreia do Brasil contra a Suécia, na Copa do Mundo de 1978, realizada na Argentina. A inspiração eram os atletas estadunidenses John Carlos e Tommie Smith, que, dez anos antes, reproduziram o gesto do grupo de defesa dos direitos civis da população negra dos EUA no pódio dos Jogos Olímpicos do México.

Com o Brasil vivendo uma ditadura militar na época, André Richer, chefe da delegação no Mundial, foi à concentração dizer que tanto a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, antiga CBF), quanto o regime militar achavam o gesto “revolucionário demais”.

Reinaldo ignorou a ameaça e sofreu as consequências. Isolado, deixou de ser convocado e foi perseguido. No Atlético-MG, marcou 255 gols em 475 jogos. Entrou para história não só pelo seu talento com a bola, mas por ser um símbolo para os que não se deixam subjugar jamais.

“Uma voz isolada é importante, mas perde muito o eco depois. O interessante é o engajamento político, tem que se exercer com consciência política”, disse Reinaldo, em entrevista ao El País, no ano de 2018.