2017
A queda para a terceira divisão
O primeiro ano da retrospectiva iria começar sendo o pior dessa trajetória. O time foi rebaixado da segunda para a terceira divisão do campeonato brasileiro como lanterna, tendo apenas 32 pontos. Passando por um dos momentos mais delicados em toda a sua existência, com muitos problemas na gestão, como por exemplo o excesso de dívidas, e a nova sede, uma arena longe do seu torcedor e sem um estádio para chamar de seu.
Logo após dois anos seguidos batendo na trave, sem conseguir o acesso para a elite do futebol nacional, a pressão era cada vez maior por resultados, pois já eram 13 anos sem títulos.
Como o clube vinha passando por problemas financeiros, nesse ano, tinha-se montado um elenco razoável para competir. Porém, no começo do ano, o grupo de jogadores foi desmontado após o campeonato estadual com muitas peças precisando deixar o clube para não atrasar salários e organizando um novo time com o objetivo de fazer uma série B razoável. Foram 48 jogadores contratados no ano e cinco treinadores efetivados no cargo. Em decorrência disso, o Náutico começou a aproveitar muitos garotos da base, alguns já ganharam a posição de titular durante o estadual, como é o caso do jovem Erick Arruda, uma das grandes revelações do clube nos últimos anos.
Rebaixamento – O Náutico iniciou a série B com a equipe ainda em formação, com mudança de treinador, e isso se refletiu no campo. Fazendo seu pior início de competição e somando apenas três vitórias em 19 jogos. O time passava a impressão de abatimento desde o começo do campeonato, e a torcida junto com a imprensa já anunciavam o rebaixamento como algo certo desde o primeiro momento. O time acabou sendo rebaixado na 35ª rodada contra o Londrina.
Sobre o rebaixamento de 2017, o vice-presidente Diógenes Braga busca justificativas: “A gente caiu para a Série C e a gente caiu porque houve uma tentativa muito forte de acesso em 2016, no sentido de fazer um time muito bom e de apostar muito no acesso de 2016, mas lamentavelmente não aconteceu, e isso acabou comprometendo completamente o ano de 2017 e a gente caiu”.
Já o ex-treinador do clube, Roberto Fernandes, relembra um pouco do período e as dificuldades para contratar jogadores: “Tentei três jogadores e não quiseram vir, o clube estava perdendo jogadores para times de estados com menos expressão no futebol, pois sabiam da fama de mau pagador do clube. A realidade era outra, o Náutico precisava resgatar a sua credibilidade no mercado”.
Ainda sobre o rebaixamento do clube em 2017, o jornalista Clauber Santana completa: “A queda do Náutico para a série C em 2017 foi reflexo dos anos anteriores, de 4 a 6 anos aí, de erros administrativos, de gastar mais do que pode”.
Esse foi o ano em que o clube teve a menor média de público da sua história. Durante todo o campeonato, a Arena era vista completamente vazia. Já quase rebaixado, a torcida fez uma prova de amor na partida entre Náutico e Internacional, mesmo com o clube na lanterna, abraçou o time e lotou o estádio Lacerdão em Caruaru. Foram 13 mil pessoas, que mesmo nos momentos mais duros nunca abandonaram a equipe.
O clube finalizou um dos piores anos da sua história, sendo rebaixado para a terceira divisão do campeonato brasileiro, em meio a uma grande crise financeira e política internamente, e ainda sem perspectiva alguma de que poderia se recuperar em um curto prazo.
