Há seis anos, Débora fez um intercâmbio para Moçambique, país no Sudeste do continente africano, como aluna de Jornalismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Do convívio com as mulheres moçambicanas, ela colheu frutos que mudaram sua percepção de vida e de si mesma para sempre. Débora nasceu em Olinda mas mora no Recife. Aos 28 anos, trabalha no coletivo de jornalismo investigativo Marco Zero Conteúdo e milita em ações voltadas para os direitos humanos e identidade.
O nome para coisas que vivi e experimentei e que contribuíam, sim, para ter essa personalidade mais retraída… Quando entendo que o nome disso era racismo, isso também abre possibilidade para uma série de coisas. Uma delas é sofrer. Entender que o sofrimento que eu tinha tem nome, explicação e contexto.
IDENTIDADE
Segundo pesquisa do IBGE, a população que se declara preta e parda aumentou nos últimos quatro anos. A cor é autodeclarada pelo cidadão de acordo com aquela que mais se identifica. Os pesquisadores ressaltam que um dos fatores que explicam esse crescimento é o número de pessoas que passaram a se reconhecer como negras.
nenhuma negra
Da lista de longa-metragens lançados comercialmente no país em 2016, nenhum foi dirigido por uma mulher negra. Homens brancos ainda correspondem à maior parcela desses profissionais.