Levada sem direito de defesa

Era manhã de sábado, dia 16 de fevereiro de 2013, na cidade de Chã de Alegria, localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco, quando Giovani decidiu ir à venda. Enquanto saía, ficaram em casa sua mulher, Elicleide, a filha com 18 dias de nascida, Giovana, e uma amiga da avó da criança, até então chamada de “Carla”. “Fiquei com uma coisa na minha cabeça, dizendo para eu não ir. Mesmo assim, achei que fosse besteira”, disse Giovani, que na época não imaginava que aquele pensamento seria apenas o começo de sua aflição.

Ao voltar, Giovani se deparou com a casa fechada e como não tinha trancado, achou estranho e resolveu forçar a porta para abrir...

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Dois anos de incertezas

“Meu irmão ligou para o meu esposo e contou que a Kamilly havia saído e ainda não tinha voltado. Mas, eu só fiquei sabendo um dia depois. Foi aí que eu entrei em completo desespero”, relembra muito emocionada, Adriana Rodrigues, de 28 anos, mãe de Kamilly Rodrigues, desaparecida desde o dia 7 de junho de 2011. A menina, na época com oito anos, saiu com o marido da avó, Ricardo José das Neves, para buscar um suposto prêmio do jogo do bicho que ele teria ganhado e nunca mais voltou. Nem ela nem seu avôdrastro.

Bem antes do desaparecimento, Adriana Rodrigues, seu marido Werberson Trindade, de 38 anos, sua mãe Domícia Damiana da Silva e o padrasto Ricardo José das Neves, viviam no Bairro de Brasília Teimosa...

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A união que fez a busca

Durante um dia a dona de casa Maria das Neves procurou sua filha, a estudante Cassiane Kalline, de 21 anos, pela cidade do Recife. A garota, que teve um surto devido a seu diagnóstico de esquizofrenia, havia saído de casa, como de costume, mas dessa vez não retornou logo em seguida. Sua mãe, no entanto, não estava sozinha durante o período de busca.

Junto com a avó, irmãos, tios, tias, primos e amigos de Cassiane, Maria das Neves percorreu cada canto da cidade espalhando cartazes, realizando patrulhas e, graças à operação montada de maneira familiar, Cassiane foi encontrada rapidamente.

Tudo começou no início da tarde do dia 3 de março de 2013. Cassiane Kalline acordou por volta das 13h disposta a ir até a praia...

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Caso Álvaro: uma história ainda sem final

Álvaro era um garoto alegre e brincalhão. Na manhã daquela sexta-feira, dia 5 de novembro de 2004, ele, por não ter quem o levasse para a escola, pediu à avó materna para brincar no quintal da Rua Planaltina, bairro da Bomba do Hemetério. Esta foi a última vez que um familiar viu o menino, carinhosamente chamado de Alvinho, que na época tinha sete anos. Até hoje, oito anos após o incidente, a família da criança convive com a dor de não poder brincar novamente com ele.

Sem desfecho, a história do garoto Álvaro Ferreira de Lima segue às escuras. Sua tia, Maria Betânia Ferreira de Lima, auxiliar administrativa, de 38 anos, é a única familiar que continua a busca sem perder as esperanças, apesar do tempo que insiste em fazê-la desistir...

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Busca por conta própria

Quem mora na cidade de Caruaru, no Agreste pernambucano, ou já comemorou o São João na Capital do Forró, deve ter ouvido falar do cantor Azulão. Francisco Bezerra de Lima, seu nome de batismo, de 70 anos, é reconhecido sempre que passeia pelas ruas da cidade. Simpático, o artista é lembrado por possuir uma “estatura miúda e um vozeirão”.

Em outubro do ano passado a imagem do cantor foi estampada nos principais noticiários do Estado. Mas, dessa vez, ele não estava sendo lembrado pelas famosas canções “A Blusa Dela” ou “Eu Não Socorro Não”. Azulão estava desaparecido, se tornando uma estatística dentre tantas já registradas em Pernambuco.

Tudo começou no domingo, dia 14 de outubro de 2012...

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O que fazer?


Como no Estado não existe uma delegacia centralizada para cuidar de casos de desaparecimento, os familiares precisam recorrer aos distritos locais do bairro onde o caso aconteceu para registrarem o Boletim de Ocorrência (B.O). No entanto, quando quem desaparece é uma criança ou adolescente, os responsáveis devem se dirigir a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), localizada na rua Benfica, bairro da Madalena. Nestes dois tipos de desaparecimento, os procedimentos tomados são os mesmos.

Ao contrário do que muitos pensam, não é necessário esperar 24 horas para registrar o desaparecimento. Esta política não existe desde 2005, quando foi acrescentada uma norma à Lei Federal 1.114/2012, que garante que a procura seja iniciada assim que a ocorrência for registrada...

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GPCA: na luta pela busca de desaparecidos

Kamilly estava com o marido da avó. Álvaro brincava na rua. Apesar de não se conhecerem, estas crianças têm um estigma em comum: são estatísticas registradas na Divisão de Desaparecidos da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA). O setor é o único no Estado que trabalha diretamente com estes casos e têm registrado, neste ano, 82 ocorrências, sendo 18 delas não solucionadas até agora. Em 2012, foram um total de 259 registros, sendo 51 deles não solucionados neste mesmo ano.

Entre as principais causas de desaparecimento de crianças e adolescentes, que compreendem a faixa etária até os 17 anos, as mais comuns são relacionadas com fuga do lar, ou seja, envolvimento com drogas, meninas que querem namorar, mas os pais não permitem ou, até mesmo, a má estruturação...

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Polícia possui deficiências administrativas

Apesar do trabalho contínuo realizado pela polícia para tentar localizar os desaparecidos do Estado, esta tarefa está longe de alcançar um modelo ideal de investigação. Em Pernambuco, não existe uma delegacia que cuida, especificamente, destes casos. O único setor do órgão que lida com ocorrências de desaparecimento de maneira direcionada é a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA). Se o desaparecido não for uma criança ou adolescente, resta aos familiares procurar um distrito local do seu bairro

Esta descentralização é uma faca de dois gumes. De acordo com a delegada Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de Pernambuco, pedir para um familiar recorrer às delegacias locais pode ser positivo...

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Telefonia pode auxiliar a busca de desaparecidos

Com informações da Agência Brasil

Em maio deste ano foi aprovado um Projeto de Lei (PL) que permite às operadoras de telefonia móvel alugarem suas redes para ajudar na localização de pessoas desaparecidas. Se sancionada, a proposta irá alterar a Lei nº 9.472, a Lei Geral de Telecomunicações, para permitir que entidades destinadas a acompanhar ou investigar o desaparecimento de pessoas negociem o uso de redes e serviços de telecomunicações necessários aos seus sistemas de informação. A proposta é do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) e está inserida na pauta da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

Em coletiva, o parlamentar afirmou que o objetivo é usar as tecnologias da informação (TI), como os sistemas GPS, por exemplo, como ...

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