Saiba a história do movimento estudantil

O movimento estudantil se consolidou como uma das principais formas de mobilização social que reivindicava ao Poder Público a implementação de medidas às deficiências em setores como educação e a redemocratização durante Ditadura Militar (1964-1985). Mas a história da atuação dos estudantes mostra que a juventude já lutava pelas demandas do movimento desde o século 18.
O jovem do século 21 é politizado?

O movimento estudantil atua com a finalidade de pressionar o governo a implantar políticas de interesse público tanto para os estudantes secundaristas e universitários. Como são os jovens que integram o movimento, torna-se indispensável saber a respeito do perfil dessas pessoas. Em meio a teses do senso comum que defendem a falta de interesse da juventude com os problemas sociais do Brasil, surge uma pesquisa para mostrar que isto não é verdade.
A UNE e o governo

Cada vez que se escuta algo sobre Movimento Estudantil, rapidamente se lembra da União Nacional dos Estudantes (UNE), e não é por menos que essa é a reação inicial. A entidade foi fundada em 1937 e, desde então, a sua história vem se confundindo com a do nosso país. Ao longo das décadas, a UNE se fez presente nas grandes discussões políticas, tendo o auge da sua participação na Ditadura Militar (1964 – 1985), quando lutava contra a opressão do regime. Hoje, acredita-se que o movimento esteja mais disperso, o que gera alguns questionamentos, como este: a UNE está ou não cooptada pelo governo?
O que a Anel representa para o movimento estudantil?

Nascida em 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) se tornou a maior instituição representativa do movimento estudantil e, desde que foi criada, sempre teve o papel de não deixar as mobilizações estudantis ocorrerem de maneira dispersa, segundo relatos históricos. Porém, em 2009, foi criada uma outra instituição por estudantes oposicionistas à UNE: a Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel) dominada pelo PSTU. Mesmo com pouco tempo de criação, a entidade é a segunda maior representante dessa juventude e, portanto, resta saber o que ela representa para o movimento estudantil.
Quatro vezes preso
Nascido em 1911, na cidade de Salvador (BA), Carlos Marighella, que foi um preso político e um dos principais símbolos de resistência contra a Ditadura Militar (1964-1985). No começo dos anos 30, este baiano começou a militar no movimento estudantil e atuou por cerca de cinco anos. Filho de Augusto Marighella, imigrante italiano, e de Maria Rita, cujos pais eram escravos, Carlos Marighella, foi preso pela primeira vez em 1932, no mesmo ano que a militância no PCB, depois de fazer constantes ataques ao interventor federal na Bahia, Juracy Magalhães. Em 1936, deixa o curso de Engenharia. Neste mesmo ano, foi preso pela segunda vez e sofreu torturas por 23 dias. Foi detido, novamente, três anos depois e ficou na cadeia até 1945.