• 2 de dezembro de 2013
Mais que um Movimento Juvenil, um estilo de vida

Parece complicado entender um movimento juvenil que se caracteriza como judaico, Sionista Socialista, Kibutziano e Chalutziano. No entanto, o Habonim Dror é facilmente compreendido quando se esquece a complexidade dos nomes e se tem a oportunidade de acompanhar um dia das atividades junto ao movimento, que acontece em mais de 20 país, presente em todos os continentes.

Jovens em encontro do Dror

Jovens em encontro do Dror

É sábado no Recife e crianças e adolescentes entre seis e 21 anos começam a chegar no Colégio Israelita Moises Chvarts para o Dror, como é popularmente chamado entre os membros da comunidade judaica. A rotina, que acontece todos os sábados, passando de geração em geração há 65 anos, abriga através de uma educação comunitária, não formal e além do movimento a criação de laços de amizade e ensinamentos com bases judaicas.

O Habonim Dror nasceu da junção de dois movimentos juvenis, o Dror e o Ichud Habonim que surgiram no período pós Segunda Guerra e viam a criação do Estado de Israel como uma solução para os problemas e preconceitos sofridos pelas comunidades judaicas de todo o mundo. A característica Sionista do movimento vem então daí, da criação de uma nação judaica (Israel), e é classificada com Sionismo Socialista porque os criadores do Dror defendiam que a fundação do país deveria ser baseada nesta ideologia de esquerda. Já os kibutzim, que emprestam o nome Kibutziano ao movimento, são um tipo de sociedade comunitária que forma a base da colonização de Israel. E Chalutzionismo é o pioneirismo, a iniciativa de emigração do povo judaico ao país quando recém-formado. Surge destes preceitos então a Hagshamá, realização em tradução literal, máxima de viver uma vida que abrigue todas essas ideologias. E o lugar ideal para isso seria incorporá-las no Estado de Israel.

” Eu, com 14 anos, era exemplo para as meninas que formam a hanagá atual. Então eu tinha que pensar nos meus atos, não nos meus atos para mim, mas nos meus atos que poderiam ter conseqüência na vida de outras pessoas” Iara Margolis, engenheira e ex-Madrichá do Dror

Observando a didática e a dialética do Movimento Juvenil, eles formam uma autogestão, com uma estratificação própria para que o ensinamento não formal seja passado sem que, nem mesmo as crianças menores, percebam, como explica Samara Rosenthal, 20 anos, Sheliach do Dror Recife, “Desde que você tem oito anos de idade, você reserva seu sábado para o Dror. O Dror te dá uma educação judaica totalmente diferente da que você recebe no Colégio e você forma uma identidade e vai formando uma ideologia”.

Samara

Samara Rosenthal

Por suas atividades envolverem crianças e adolescentes de várias faixas etárias, o Dror cria elos entre as gerações. Iara Margolis, 28 anos, formada em engenharia foi Madrichá de Samara durante o Dror. Iara hoje fala do Dror como parte da sua vida, “o Dror ajudou a construir o que eu sou hoje. Ele cria alicerces que dá esse ensino da filosofia não só judaica, mas humana e que eu carrego até hoje na minha vida”. Iara conta como funciona essa convivência entre gerações “No Dror tem um negocio chamado Marshir, que é você ser o exemplo. Eu, com 14 anos, era exemplo para as meninas que formam a hanagá atual. Então eu tinha que pensar nos meus atos, não nos meus atos para mim, mas nos meus atos que poderiam ter conseqüência na vida de outras pessoas”.

No Recife, antes do Habonim Dror abrir suas portas aos chaverim, o Ichud Habonim já cumpria o seu papel perante a sociedade judaica. “A substituição do Ichud Habonim pelo Habonim Dror se deu de forma natural no Recife. Eram dois movimentos que tinham vertentes parecidas, e como tinha acontecido anteriormente com o Ichud e o Habonim, ao se fundir os movimentos fundiram seus nomes para os jovens continuarem a se identificar”, lembra Ilana Kreimer que fez parte do movimento quando este já assumirá o nome atual.

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