Kol ha Kavod e L’Chaim!
Como o povo judeu carrega uma grande tragédia em sua história, pretendemos com o MaguenTown celebrar a vida. Não queremos martirizar o leitor com relatos de um passado que tirou...
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As comunidades judaicas da diáspora, como a judaica pernambucana, levam a sua vida baseadas em hábitos atuais, no entanto, suas festividades são comemoradas de modo distinto. Seus festejos são guiados pelo calendário judaico – luni-solar, no qual os meses variam de acordo com as fases da lua, mas levando em consideração as estações do ano.
De acordo com o calendário luni-solar, as comemorações devem iniciar o surgimento da primeira estrela no céu do dia anterior a data da festividade e durar até que a primeira estrela do dia apontado surja. Esta tradição é rigorosamente seguida povo judeu ao redor do mundo, o que faz com que as festas sejam comemoradas em horas diferentes mesmo dentro de um único fuso horário.
A comemoração das datas, que lembram a história do povo judeu, é a principal ponte mantida com o serviço religioso e com a identidade judaica. Em Pernambuco, as tradições que ainda se prevalecem e são mais valorizados dentro da comunidade local aproximam os seus membros durante as festas de Pessach, Rosh Hashaná e Yom Kipur.
“O Pessach é a Páscoa judaica. O Rosh Hashaná, o Ano-novo judaico. E o Yom Kipur, o Dia do Perdão” – Tânia Kaufman, presidento do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco
“O Pessach é a Páscoa judaica. O Rosh Hashaná, o Ano-novo judaico. E o Yom Kipur, o Dia do Perdão”, explica Tânia Kaufman, doutora em História dos Judeus no Brasil e presidente do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco. Estas três datas são celebradas de maneiras diferentes dentre os judeus pernambucanos. Alguns vão a sinagoga, outros frequentam o Centro Israelita e tem ainda quem prefira celebrar dentro de casa.
Durante o último Rosh Hashaná, que comemorou a chegada do ano 5.774, o Centro Israelita não incorporou o serviço religioso, como já acontece há três anos. Isso se dá por uma tentativa de aproximar as crianças das festividades judaicas e de suas origens por meio de apresentações lúdica, pois o centro fica localizado no próprio Colégio Israelita, como lembra Ilana Kreimer, responsável por coordenar os eventos do Centro. (Vídeo crianças no Rosh Hashaná)
Alguns costumes culinários marcam a festa de Rosh Hashaná, independentemente de onde seja celebrada, destacam-se os alimentos doces, como a maçã com mel e o bolo de mel, como um desejo para que o novo ano seja doce.
Na família de Júlia Abram, o Yom Kipur – festividade que acontece dez dias após o Rosh Hashaná e que, segundo as leis judaicas, é o momento em que D’us escreve o nome de todos os judeus no livro da vida – foi comemorado com uma ceia na sua casa. “Combinei com minha avó de fazer um jantar na casa dos meus pais para fazermos a quebra o jejum de 25 horas de comida e bebida. Como nossa família é bem grande, pedimos que cada um trouxesse um prato salgado ou doce. Tivemos um belo jantar e rezamos para pedir perdão dos nossos pecados”, diz Júlia.
No Centro Judaico de Beneficência Beit Chabad, única vertente judaica ortodoxa de Pernambuco, as rezas são feitas mantendo as tradições. “Lá todo o conservadorismo da religião é sustentado. Os homens sentam de um lado e as mulheres do outro lado da sinagoga e todas as rezas são feitas em hebraico” afirma Tânia Kaufman, que costuma frequentar esta sinagoga com o seu marido.
Durante as festividades do Pessach, as famílias judias pernambucanas realizam um jantar especial de comemoração chamado “Sêder de Pessach”, onde toda a família se senta ao redor da mesa. A matzá, os vinhos e as ervas amargas são os pratos típicos. Além dos salmos e das canções populares, que dão um clima mais festivo a celebração, que acontece sempre por volta do mês de abril do calendário cristão.
Confira calendário com as datas para 2.014 ou 5.774, pelo calendário judaico.