Falar de literatura de cordel é falar, acima de tudo, do povo nordestino. Esse povo sofrido, calejado por um destino incerto. Do Sertão à capital, é um povo arretado que tem muita história pra contar. Que se expressa das mais diversas maneiras. Na alegria da dança, no preciosismo do artesanato, no improviso do repente e na perfeição dos versos bem pensados. Ao abordar o assunto, queríamos esboçar o cenário do cordel na atual sociedade e, principalmente, a forma que essa expressão da cultura popular encontra para perpetuar suas histórias.
Durante a produção e execução das reportagens, percebemos que o cordel é um gênero guerreiro. Resiste aos tempos, ao preconceito, ao abandono e às novas tecnologias. É que nem brasileiro: sempre dá um jeito. Na parceria com a xilogravura, passou de geração para geração. Encontra formas de vencer o preconceito dos mais jovens, seja pela educação na base do ensino ou pela insistência no dia a dia. O cordelista decidiu que para sobreviver é preciso criar iniciativas independentes, sem contar necessariamente com o apoio do governo.
Houve quem dissesse que chegaria um tempo que o cordel precisaria desarmar sua barraca e ir embora. O gigante da internet chegaria e derrubaria técnicas tão seculares. Mas a literatura encontrou nas novas tecnologias um novo e muito importante aliado.
Desta busca para entender uma das máximas expressões da cultura popular, nasceu a alcunha “Derrepente Virtual”. O nome não é por acaso. Vem de um jogo de palavras. O repente é o cordel falado, no improviso do povo. O virtual é a nova maneira de falar, escrever o cordel. O de é a fusão do repente com o verbo ‘der’. E se der repente?!
Joelli Azevedo: Acabou. Mais um ciclo é concluído nas nossas vidas. Aquela rotina de estágios, trabalho em casa e de poder acordar tarde chega ao fim. Agora, o mundo nos desafia. Eis o momento de olhar para traz e se alegrar por toda essa trajetória universitária. Me orgulho de fazer parte da turma dos jornalistas mais lisos da faculdade e ter a certeza que vou levar as experiências e amizades dos “jornalisos” para vida toda. Obrigada nobres colegas.
Agradeço também a minha família que sempre me apoiou em todas as minhas escolhas, principalmente na minha vontade de mudar o mundo através das palavras, escritas ou faladas. Em especial a minha mãe, Jaidenise, e minhas irmãs Jéssica e Janine que aguentaram todo o meu stress. Além do meu pai, João Carlos, que pelo exemplo de vida me deu força para conseguir fazer o projeto sem parar de pensar na minha vida profissional. Em nome das minhas amigas do colégio, agradeço a Eduarda Bione que não deixou eu desistir da profissão e esteve do meu lado desde 1993. Obrigada. Por fim, e não menos importante também deixo minha admiração a Henrique Almeida que enxugou as minhas lágrimas e mostrou que a determinação é a alma do negócio.
Aos orientadores, Fabíola, Breno e Flávio obrigada por deixar o nosso trabalho mais lindo. Vocês souberam lapidar como ninguém a arte do cordel. Obrigada também a Marcos do estúdio de TV que sempre escutou o meu drama e a Vlaudimir Salvador que não me deixou esquecer que a minha paixão é o rádio.
Para finalizar gostaria de deixar registrada a competência, humildade e amizade da minha parceira, Malu Silveira. Obrigada por ser uma pessoa tão especial, estou às ordens e vamos à luta! Conte sempre comigo.
Malu Silveira: Decidi seguir o caminho do jornalismo porque queria me comunicar com o mundo de alguma maneira. Queria encontrar uma maneira de descobrir o outro, mas antes de tudo, me descobrir. A minha estrada foi muito longa. Durante este trajeto, descobri outras pessoas, outros universos, outras verdades. Sempre tentando entender o que quero, para onde vou e o mais importante de tudo: como possar mudar a situação ao meu redor.
Ao passar para o último estágio desse jogo que é a universidade, contei com o apoio de muitas pessoas. Primeiro, tenho que agradecer aos nossos entrevistados, aqueles que nos mostraram a importância da literatura de cordel. Por nos atender nos horários mais inconvenientes, por passar um conhecimento que é de extrema relevância para toda a sociedade.
Agradeço também a minha companheira de trabalho, Joelli. Nos cruzamos neste caminho sinuoso e aceitamos dividir este grande desafio. Como é bom encontrar alguém com quem você pode confiar inteiramente em uma empreitada decisiva nas nossas vidas acadêmicas. Agradeço aos meus orientadores. A professora Fabíola, com seu jeito calmo e consciente, pontuando as nossas coordenadas. À Flávio e Breno, responsáveis por elaborar a casa virtual do nosso projeto. Dedico também aos funcionários do estúdio de TV, por entender as nossas angústias: Marcos, Gerson, Jairo e Alex. À minha amiga e webdesigner Keziah Santos, que me ajudou com infográficos e teve muita paciência comigo. E à minha família e meus amigos, porque sem eles, seria impossível continuar me encontrando nesta infinidade de caminhos que a vida vem me levando.