APRESENTAÇÃO
Bibliodiversidade
Bibliodiversidade é a palavra usada para definir a diversidade cultural aplicada ao mundo do livro e das editoras. Na literatura, cada história é única, um leque imenso repleto de ideias, experiências, pensamentos e também fantasias. É na bibliodiversidade que muitos autores e editoras encontraram seu lugar. Nela, cada leitor pode ter um universo diferente a desfrutar
Clássicos para a nova geração
Editora Antofágica – Rio de Janeiro
A partir da provocação “o que queremos de uma editora?”, a Antofágica surgiu com a proposta de trazer uma experiência além dos textos. Assim, ela oferece uma imersão estética em suas obras que se tornou a característica mais forte dos seus trabalhos. O propósito da Antofágica é levar os clássicos da literatura ao alcance de todos, desmistificando a ideia de que se trata de um tipo de literatura chata e difícil demais de se acompanhar. De acordo com o editor Daniel Lameira, em entrevista para o portal IGN Brasil, “a ideia é mostrar que o texto clássico não é difícil. É tirar esse medo dos leitores quando se deparam com um clássico. O que importa é viver aquilo. Mostrar que isso é tão contemporâneo, que dialoga com todas nossas angústias hoje, de forma que talvez muita gente ainda não saiba”, aposta.
Atualmente, a editora conta com 20 títulos publicados, entre eles, autores como Machado de Assis, Virginia Woolf, Lima Barreto e até um dos pilares da literatura russa, Nikolai Gógol, todos eles seguindo o estilo já marcado pela editora, que é a arte e a literatura dialogando entre si para chegarem juntas a melhor experiência ao se ler um clássico.
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Literatura brasileira e registros da memória
Editora Nega Lilu – Goiânia
“Botei em prática o meu espírito punk e criei uma editora”. É dessa forma bem humorada que Larissa Mundim, fundadora da Nega Lilu, conta a história de onde tudo começou. A Nega Lilu surgiu de um desejo pessoal de Larissa. Não era especificamente ter uma editora. Ela queria ser escritora. Mas, de acordo com Larissa, “é difícil querer fazer um romance ficcional diferentão no Brasil Central e despertar o interesse de alguma editora, isso seria um sonho, uma ilusão”, afirma.
Larissa chegou à conclusão de que se ela realmente queria aquilo, ela mesma deveria fazer. “Conheci a autopublicação sem nem saber que existia isso”, lembra. Assim, em 2013, o CNPJ da Nega Lilu foi registrado um dia antes do seu primeiro lançamento, o romance de ficção Sem Palavras, escrito pela própria.

Hoje, a Nega Lilu possui seis selos, Nega Lilu: literatura brasileira e projetos especiais; Eclea: biografias e registro da memória; Pantheon: poesia; Naduk: publicações experimentais e novos autores; Tuci: infantojuvenil; Ç3: e-books, audiobooks e similares. Ela trabalha na região central do país, mas dialoga com o Brasil como um todo, circulando e levando publicações de autores de primeira viagem, mas que têm muita coisa a dizer.
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Revistas literárias e livros nordestinos
Editora Vacatussa – Recife
“Nem que a vaca tussa”. Foi dessa famosa expressão que a ideia inicial do que hoje é uma editora independente surgiu. A Vacatussa foi criada por ex-alunos da Oficina de Literatura de Raimundo Carrero, em 2004, no Recife. Eles se reuniam semanalmente para produzir e debater a literatura. Assim, a Revista Vacatussa surgiu, com o objetivo de publicar, não só o que era produzido por eles, mas, também, dar uma força na divulgação de outros autores independentes. Com o tempo, a editora foi se aprimorando, ganhou ilustrações por todo o seu conteúdo e também conquistou o incentivo de instituições como as prefeituras de Olinda e de Recife, além da Bienal do Livro de Pernambuco.
Em 2006, a editora ampliou a visibilidade da sua proposta literária. Com o website vacatussa.com o grupo aprimorou o trabalho nas suas publicações de textos ficcionais e, assim, consolidou o VACATUSSA como um espaço de reflexão e do exercício da crítica literária, através da produção de resenhas de livros. O endereço, que começou com a estrutura de blog, logo se tornou um site oficial, aprimorando o conteúdo, com críticas de livros, colunas, convidados, crônicas, contos e poemas.

Foi só em 2019 que a Editora Vacatussa surgiu, a partir da ideia de comercializar o produto que já fazia há 15 anos como dossiê. A editora se firmou ainda mais quando Thiago se tornou pai. A partir do seu convívio com crianças, ele passou a escrever livros infantis de suas experiências. Em abril de 2021, foi publicado o seu primeiro livro chamado A engenhoca, contando a história de Nicolau, personagem que, ao se tornar pai da pequena Aurora, precisa aprender a lidar com questões da vida comum. Assim, ele então decide criar uma máquina para continuar observando as estrelas e também conseguir ser um bom pai para Aurora.
Hoje a Vacatussa segue com publicações mais maduras, voltadas para todas as idades. Com um acervo que conta com livros infantis, biografias, poesias, contos e ensaios, você pode conferir e adquirir os trabalhos da editora a partir do site: https://www.vacatussa.com/
Incentivo literário através do afeto
Concha Editora – Rio Grande do Sul
A Concha existe para colaborar com a cena literária do Sul. A especialidade dela é literatura crítica literária, mas eles também projetam para o futuro receberem projetos acadêmicos e experimentos em arte. Ela incentiva escritores a desenvolver trabalhos artísticos que expressem seus potenciais criativos autorais e também que encontrem seus leitores. A forma que a Concha encontrou para realizar esse trabalho foi através do livro. Além disso, realiza cursos, oficinas, consultorias e também promove eventos de divulgação literária.

Um dos diferenciais da Concha é a sua base estrutural. Ela não tem um endereço comercial aberto, nem uma equipe fixa de colaboradores. Seu trabalho começa na curadoria, com uma equipe especializada, que atua através de videochamadas e coworking. Então, para cada livro produzido, existe uma equipe completamente diferente por trás. A divulgação é toda feita através do Instagram diretamente com a “concharia”, apelido carinhoso que a fundadora da Concha, Andréia Pires, deu para os seus leitores; as vendas são feitas pelo site da editora e, através da internet, qualquer casa no mundo pode receber um livro da Concha.
Fotos: Divulgação / Concha Editora
Com sete títulos lançados e quase 1.000 livros em circulação, a editora coleciona prestígio na área cultural. Foi quatro vezes finalista de prêmios como o Prêmio Ages de Literatura, promovido pela Associação Gaúcha de Escritores. Realizou cerca de 20 eventos e reuniu mais de 30 autores da região prestigiados, tanto em seus livros como em textos para o Blog da Concha, que pode ser conferido aqui.
“A editora tem esse nome de Concha porque tem uma relação imediata com o mar. O Rio Grande do Sul tem água por todos os lados, tem a Laguna dos Patos de um lado e, do outro, tem o oceano. Tudo na cidade tem essa simbologia, e a nossa história é contar a história daqui, da nossa identidade,” revela Andréia Pires
Para navegar um pouco mais nessas águas, mergulha aqui.